Em entrevista ao SBT, Lidiane Leite diz que era agredida pelo ex-marido, que a acusa de traição

AQUILES EMIR

Além de não mandar na Prefeitura de Bom Jardim, para qual foi eleita em 2012 e dela foi afastada em 2015, sob acusação de corrupção, Lidiane Leite, às vezes era impedida de entrar na sede do Poder Executivo Municipal e vez por outra apanhava do ex-marido, Humberto Dantas dos Santos, o Beto Rocha, que, segundo ela, era o prefeito de fato. As revelações da ex-prefeita foram feitas ao jornalista Roberto Cabrine, apresentador do programa Conexão Repórter, levado ao ar pelo SBT nesta segunda-feira (12).

Mostrando total desconhecimento sobre o que se passava na sua gestão, Lidiane negou que crianças tenham ficado sem merenda escolar, que havia escolas de taipa e palha e que algumas obras, como uma Unidade Básica de Saúde (UBS), nunca foram concluídas, tampouco cumpriu os convênios para reformas de colégios.

Ela disse que via as escolas sendo reformadas e as informações que tinha era de que as obras estavam em andamento. Sobre falta de merenda escolar, chorou ao garantir que jamais deixaria uma criança com fome, até porque sabia que muitas delas iam para escola “apenas para comer merenda”. Para ela, seria insensibilidade da sua parte, que mãe de uma criança, maltratar os filhos de outras famílias.

Uma das revelações mais graves de Lidiane foram as constantes agressões físicas do ex-marido, até mesmo quando estava gestante. Ela diz que do nada Beto passava a agredi-la, o que ele nega, afirmando que jamais bateu em mulher, o que pode ser comprovado pelas pessoas com quem se relacionou, mas admitiu que o casal discutia constantemente.

Lidiane Leite chora ao falar da falta de merenda escolar em Bom Jardim.

Indagado se as brigas eram por questão administrativas, já que era quem governava a cidade e ela pouco conhecia de gestão, Beto Rocha disse que não, pois  as discussões eram motivadas pelas constantes traições da ex-mulher.

Segundo ele, os amigos sempre relatavam as escapulidas da mulher, que ficou famosa para o Brasil inteiro ostentando luxo e outras vaidades nas redes sociais, fosse em shows ou mesmo dentro de casa. Lidiane diz que não fazia essas poses para mostrar gastos, mas porque algumas vezes achava que seu cabelo tinha ficado bonito e queria compartilhar com as amigas e outras seguidoras nas redes sociais.

A ex-empregada doméstica do casal Antônia de Souza e o ex-secretário de Administração Dal Castro disseram que assistiram a várias brigas do casal, em casa e na prefeitura, mas nunca presenciaram agressões físicas. Já a técnica de enfermagem Dinalva Ferreira garante que muitas vezes atendeu a ex-prefeita aos prantos, no hospital municipal, onde chegava com ferimentos e hematomas que seriam resultados das surras que levava de Beto Rocha.

Beto Rocha, que seria o prefeito de fato, diz que jamais bateu numa mulher.

Prefeito – Lidiane Leite confirmou a Roberto Cabrine o que já havia revelado numa entrevista a Maranhão Hoje, que nunca foi prefeita de fato, pois quem mandava era o então marido, que a remunerava para nem aparecer na prefeitura, onde ia apenas para assinar documentos: licitações, pagamentos , nomeações etc, mas sem conhecer os detalhes do que estava autorizando, porém ficou sem respostas quando confrontada com as nomeações de parentes para cargos na prefeitura.

Lidiane diz também que nunca comprou urnas funerárias de luxo, conforme denúncia do Ministério Público num dos processos de improbidade administrativa que responde. O MP acusa de uma compra, por licitação fraudulenta, de uma quantidade exagerada de caixões. Segundo ela, quando questionou o item luxo, disseram que aquilo iria ser convertido em tamanho da urna.

Lidiane diz postava fotos na internet para mostrar os cabelos.

Para ela, isso comprova o quanto não tinha controle do município. Ela confessa que nem votada foi, pois substituiu o ex-marido na chapa poucas horas antes do pleito, porém todos os eleitores viram na urna eletrônica foi a fotografia dele, ou seja, ninguém jamais suspeitou que ela estava sendo eleita.

Lidiane garante que pode caminhar com tranquilidade pelas ruas de Bom Jardim, onde diz ser muito querida pela população, pois todos conhecem sua história de menina pobre que sempre trabalhou para se sustentar e as circunstâncias em que se transformou na maior autoridade do município, onde diz que procurou sempre amenizar o sofrimento dos mais pobres, porém infelizmente nem sempre tinha poder para decidir o que deveria ser feito em favor da população.

 

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